Dra. Mar,
Eu sou daquele tipo de cara sobre o qual você ouve falar por aí. Do tipo que abandona a família por um motivo qualquer. É triste, mas a verdade é que nenhum dos dois percebeu os sinais. E eu nunca disse uma palavra, pois não poderia deixar para outro dia.
- Leve-me em direção à praia - eu disse. - Enterre-me na areia. Conduza-me sobre a água. E talvez você compreenda.
Tomou o último gole e pediu mais uma dose antes de continuar.
- Sabe, cara, uma vez que a pedra sob a qual você está rastejando for retirada de cima de seus ombros e a nuvem preta sobre você desaparecer, o barulho que você ouvirá será o desmoronar destes anos vazios.
Levou um tempo até eu digerir a informação. Mas o fiz.
- Ela não é uma tipo de garota sobre a qual você ouve falar. Ela nunca... nunca desejará outro. E nunca estará sozinha. Ela me mostrará todos os sinais e me contará tudo. E então virará as costas e irá embora.
Ele não tinha mais o que dizer então se calou, deixando-me lá com aquelas dúvidas corrosivas. Não havia nada que ele pudesse fazer para ajudar-me. Pois ele me compreendia mais do que gostaria de assumir. Mas eventualmente ele virou as costas e foi embora.
Não entendeu, doutora? Tudo bem, não era para você entender mesmo.
Mas eu espero que ela compreenda.
*adaptado da música Hollow years - Dream Theater
28.3.09
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2 comentários:
Aaaiaai, Yuri... Vc só me tras preocupação... Espero melhoras...sinceramente e inutilmente
Eu saquei.
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