18.4.09

Wicked Memories - Part 3 - Hopeless

Já doía demais agora. Ele só queria esquecer e jamais lembrar. E mesmo com tudo aquilo, não se lembrava de alguma vez ter sentido tanto frio na vida. A garrafa jazia vazia ao seu lado. Ele a deixou lá. Não sabe o porquê.
A dor era quase insuportável e ele não queria mais.
Não que importasse.
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Ele passou no vestibular. Isso o aliviou. ele seriamente pensou que não conseguiria. e nas consequências disso.
Isso acalmou os ânimos por um tempo. Foi a semana que ele mais gostou de ficar em casa.
Não pensava mais em vida nova. Ou novos amigos. Não tinha esperanças suficientes para isso, e decidiu gastá-las em algo que valesse à pena. Mas para isso tinha que falar com outras pessoas.
Seus quatro principais amigos, dos sete que tinha, conseguiam mantê-lo sobrevivendo. Mas para viver, ele sabia o que tinha que acontecer. Só o que realmente o derrubou poderia levantar. Amor. E era nisso que ele ia apostar tudo. Quando e se chegasse a hora.

Conversando ele conheceu pessoas a quem concedeu o dom da dúvida. Sustentando isso com uma frágil linha.
E foi conversando que ele a conheceu.
Já havia gostado dela. Não só por sua beleza, mas também por sua sobriedade, uma certa tristeza e muita introspecção. No entanto foi conversando com ela que ele se apaixonou. E não apenas por seus gostos serem parecidos, mas por que ela era inteligente, divertida, inspiradora, sagaz, e absurdamente profunda. Ele não só estava apaixonado, como também a admirava e via ela como uma peça única e de inestimável valor.
Ele não falou logo. Ele esperou. E apostou o último suspiro, a última batida de esperança nisso. Um dia, com uma apreensão absurda, ele resolveu falar. Se sim, provavelmente ele pularia tão alto quanto pudesse e beijaria cada criança que nascesse naquele dia. Se não, já estava acostumado a decepções, sorriria, a beijaria no rosto, lhe desejaria uma vida feliz e se recolheria a sua insignificância.
Mas não ocorreu um. Tampouco o outro. Ela acabou dizendo algo que lhe soou como "é possível". Assim, dando-o algo de que não precisava: uma ressuscitação na esperança.

Após isso uma série de eventos sucedeu-se fazendo-a excessivamente mal. E ele ficou junto. E tudo que ela sentia, ele sentia em dobro. E tudo que ela chorava, embora não quisesse admitir, ele chorava em dobro. E cada vez que lia o blog dela, ele caia aos prantos. De puro ódio. Ódio de si mesmo. Por amá-la tanto e não ser capaz de ajudá-la.
Continuar o mesmo inútil que sempre foi.
Então chegou o dia. "Esta é uma batalha perdida".
Ele tentou ser forte e parecer confiante. Mas por dentro foi como se alguém entrasse no quarto da esperança, já então bastante debilitada, e desse seis tiros nela. Ele ficou tonto. Não conseguiu dormir à noite.
Aguentou vários dias. E após várias noites de insônia, ele, um morto-vivo, acabou por tomar 4 cartelas de 10 comprimidos de um hipnótico genérico e meia garrafa de vodka.

Um comentário:

Fernanda Pina disse...

Eu chorei quando li.
Sei que estivestes o tempo todo do meu lado. Obrigada, mesmo.