Totalmente firmado em fatos reais, o conto a seguir se estenderá em 4 ou 5 partes mais um epílogo, que sairão, a partir de hoje, todos os dias até o final.
Aproveitem.
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Não conseguia dormir. Duas cartelas já tinham ido. Resolveu apelar para o álcool. Deu dois goles. Não queria se embriagar. Não hoje. Hoje só queria dormir. Talvez assim esquecesse. Deixou a garrafa no chão, perto do que restara dos comprimidos. Decidiu que se na próxima meia-hora não dormisse, engoliria mais duas cartelas. Talvez assim tudo acabasse mais rápido. E melhor. Deitou na cama e fitou o teto. Nitidamente tudo foi se juntando. E voltando. Ele lutou contra. Já bastava suas lembranças borradas, não precisava das nítidas.
Não adiantou.
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As brigas em casa eram incansáveis e incessantes. Sempre foram. A escola era uma fuga. Sempre foi.
Não que ele tivesse muitos amigos ou que muitos gostassem dele, mas lá algumas vezes ele era tolerado e o seu melhor, reconhecido. Algumas vezes. Bem mais do que em casa.
E tinha eles dois. Ele era a brincadeira, o riso, o jogo, a revista, o amigo. Ela era o livro, o conto, o carinho, a companhia, o amor. Era só pelos dois que o Sol nascia toda manhã, para ele. E, principalmente, por ela.
O primeiro beijo. No corredor escuro do colégio, enquanto a peça terminava na frente. Tudo voltando. O beijo. As caminhadas longas até em casa. As tardes no parque da residência. As horas vendo TV. Ele brincando de cozinhar, ela brincando de comer. A felicidade. As corridas na chuva. Os beijos na chuva. "Eu nunca vou te deixar". "Eu te amo".
A morte do sonho. A quebra da amizade. A ascensão da traição. A queda do amor.
O coma da esperança e o 1º dos últimos sopros de vida.
16.4.09
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Um comentário:
Eu gostei do início da história *___*
:D
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